“Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o
mesmo”, Dom Helder Câmara
* Roney Moraes
A religiosidade (não se pode negar) tem um papel fundamental
no que diz respeito às questões sociais concretas na atualidade. É comum,
principalmente no movimento católico, membros da igreja engajados em atividades
de militância política com objetivo de melhoria da sua comunidade eclesial de
base.
Diante desse ponto de vista, a Teologia pode ajudar as
outras ciências destinadas à pesquisa do comportamento humano, seja individual,
como na psicanálise, ou no coletivo, como na sociologia.
Sendo, ainda hoje, a instituição mais confiável para a
maioria dos que professam a fé, na igreja, as reuniões para ações que visam a
política como representatividade nas esferas de poder, tanto no executivo
quanto legislativo ecoam nas catedrais e nas construções protestantes mais
modernas.
Isso não é uma crítica. É uma constatação apenas. A igreja,
que está inserida na sociedade de maneira especial e fervorosa, não pode e não
deve ficar fora das questões que implicam mudanças legais e executivas para com
seus fiéis. Portanto, igreja, política e sociedade estão ligadas através da
militância sóbria e sadia. Mas, sem dúvida, há aproveitadores em todas as
esferas e é necessário identifica-los para que as ações da igreja realmente
afetem, ou seja, mudem para melhor a sociedade.
É comum membros de a igreja fazerem parte de associações,
como de moradores, e ampliarem assim a capacidade de atendimento e ações de
ambas as entidades para o bem comum do ambiente onde as duas exercem suas
esferas de influência.
Na igreja, por exemplo, há uma mediação para promover o bem
comum. É na eucaristia que os abismos que separam os homens por classes sociais
deixam de existir como um “milagre”.
O processo que envolve o ambiente propício para a discussão
de questões políticas e sociais dentro da igreja, dentro da igreja, apesar de
tudo, não é fácil, mas há aqueles que persistem em agir, mesmo contrariando uma
minoria fundamentalista (que cresce a olhos vistos), em prol da maioria.
*
Roney Moraes é jornalista, cronista, psicanalista, bacharel em Teologia, mestre
em Filosofia da Religião e doutorando em Psicologia Pastoral.
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