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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A nova língua neo-indo-européia


“A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo”, Olavo Bilac.

Um amigo me enviou a seguinte anedota: “o ratinho estava na toca, e do lado de fora o gato:
-MIAU, MIAU, MIAU...
O tempo passava e ele ouvia:
-MIAU, MIAU, MIAU...
Depois de várias horas e já com muita fome o rato ouviu:
-AU! AU! AU!
Então ele deduziu: 'Se tem cachorro lá fora, o gato foi embora'. Saiu disparado em busca de comida. Nem bem saiu da toca o gato CRAU!...
Inconformado, já na boca do gato perguntou:
- Pô gato!!! Que palhaçada é essa, você latindo???
E o gato respondeu:
- Meu filho, hoje nesse mundo 'globalizado' quem não falar pelo menos dois idiomas MORRE DE FOME”.
A moral dessa estória pode até ser cômica, mas abre espaço para uma questão que está passando despercebida aos linguistas. Hoje, o mundo muda a cada instante e devemos isso aos conceitos, ideologias e conhecimentos que recebemos numa velociade que causa vertigem.
Quem não for, no mínimo, conhecedor de outra lígua, fora de sua nacionalidade, está à margem dessa “nova sociedade” multilingue.
Outro dia vi a entrevista sobre a aposentadoria do Fenômeno Ronaldo. Ele, que não tem o ensino fundamental completo, fala fluentemente várias línguas, principalemnte ingês e italiano. Aí vão dizer, ‘lógico ele teve que aprender para jogar futebol na Europa...’ Mas é claro! Chegamos ao ponto. Teve que aprender, e justamente essa é a problemática da questão.
Seu filho (o do Ronaldo) recém conhecido pelo pai, não consegue constuir ainda uma frase em português completamente. Ele fala como se tivesse uma espécie de ‘síndrome da Torre de Babel’. Diríamos que se o garoto fosse falar “bom dia papai” ele provavelemente diria “bom jorno dady”, e assim sucessivamente.
Partindo do pressuposto de que a língua é viva e sempre modificável, de acordo com os costumes, cultura, geografia e etc de um povo, o que podemos dizer sobre essa nova forma de linguagem que presenciamos sair de um berço? Estamos evoluindo para uma língua única e universal ou regredindo até à Indo-européia?
Se para Olavo Bilac “a Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo”, o mundo inteiro então caminha para o fim da divisão das fronteiras? Seria a globalização a ordem que se imporá sobre as nações?
Contudo, não devemos por de lado o papel da internet como fonte principal para o florescimento dessa possível nova língua, que pode ser até, sem nenhuma presunção, ser chamanda de “neo-indo-européia”.

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