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domingo, 3 de abril de 2011

Só pode ter formiga atômica dentro da calça


Uma formiguinha me contou que um deputadaço apresentou um projeto de lei que proíbe a construção de usinas nucleares em solo capixaba. Que pena. E eu que estava com uma vontade bombástica de me filiar no PRONA agora desisti de vez. Dizem que um técnico gabaritado de Springfield estava a caminho, mas, por incrível que pareça, desistiu da empreitada. Sua esposa de cabelo azul laqueado e seus três filhos pesaram na balança. Foxda-se!
Bem, o local exato para a construção da usina seria, sem dúvida nenhuma, o litoral sul, Marataízes, Itapemirim ou Kennedy. Pensem bem. As vantagens seriam enormes.
A energia nuclear não contribui para o efeito de estufa; não polui o ar com gases de enxofre, nitrogênio, particulados, etc.; não utiliza grandes áreas de terreno: a central requer pequenos espaços para sua instalação; não depende da sazonalidade climática (nem das chuvas, nem dos ventos); pouco ou quase nenhum impacto sobre a biosfera; grande disponibilidade de combustível; é a fonte mais concentrada de geração de energia, a quantidade de resíduos radioativos gerados é extremamente pequena e compacta; a tecnologia do processo é bastante conhecida.
Além disso, o risco de transporte do combustível é significativamente menor quando comparado ao gás e ao óleo das termoelétricas e não necessita de armazenamento da energia produzida em baterias. Não seria legal? Mais emprego, mais renda, mais royalties e menos poluição. Uma propaganda radiante esta.
Imaginem quem viria comandar a usina nuclear? Que japonês que nada! Made in Taiwan... O problema é se uma marolinha atingir as instalações... A coisa complica. Ainda mais uma marola maratimba cheia de detritos, e coisas que não se dizem no café da manhã.
Outra informação divulgada no formigueiro atômico da Assembléia Legislativa é de que o mesmo deputado quer acabar com a famosa “volta do caixão” no Rio Itapemirim de Cachoeiro. Ora, para ele isso é como tirar pirulito de criança ou voto de analfabeto funcional. Basta encontrar o cajado de Moisés, bater com ele na margem do rio, e pronto. Tá feito o milagre.
O problema é que quando começam a fazer coisas mirabolantes não conseguem parar. Primeiro foi o Mijódromo, quer dizer, a Torre que fabricava chuva (sic). Lembram? Passou até no Jô Soares. Ainda bem que naquela época não existia Kibe Loco, Jacaré Banguela, Stand up... Mas o extinto site Cachoeiro Post registrou a façanha com muito humor e sarcasmo.
Como no título, parece que uma formiguinha atômica fica cutucando dentro da cueca até surgir outra ideia dantesca. Quem sabe salgar o rio não seria outro projeto arrojado? Para que ir à praia se o mar pode estar à beira rio? O problema será no fim do ano. Em vez de enchente teremos tsunami.

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