“Aqueles que amamos não morrem partem antes de nós”.
Triste e lamentável o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. Apesar do crescimento da violência nas escolas em todo o país, não há notícia de que algo semelhante tenha acontecido no Brasil. Sem dúvida foi um ato fora do comum proveniente de uma pessoa com sérios distúrbios mentais.
O que dizer ou deixar para as famílias que perderam suas crianças? Um minuto de silêncio é muito pouco para lembrar do banho de sangue no colégio e do pânico em que alunos, pais e professores sofreram nesta quinta-feira fatídica.
Chamou minha atenção, no episódio, além da sensação de impotência e de muita angústia, a carta deixada pelo assassino com ideias desconectas e de fundamento religioso.
Quem era esse assassino do Realengo? Por que ele fez o que fez? A carta demonstra que ele tinha um pensamento delirante. Até o conteúdo religioso não é comum ao dia a dia do brasileiro. Os pedidos para banhar seu corpo, utilizar lençol branco, pessoas “impuras” não podiam tocá-lo me parecem mais enraizados na cultura oriental misturada ao ensinamento cristão da ressurreição. Sem dúvida, uma mistura esquizofrênica de simbolismos sagrados.
Wellington Menezes, pelo que entendi na carta, era psicótico. Não fazia distinção da realidade. E para o azar das crianças, segundo vizinhos, ele teria sido alvo de bullying, ou seja, teria sofrido atos de violência física ou psicológica na época em que estudava na mesma escola e talvez, por isso se “vingou” com o massacre. Nesse caso, poderíamos encontrar semelhança em episódios nos Estados Unidos, país onde com freqüência se tem notícia de atos considerados monstruosos como este que chocou a nação logo no café da manhã.
Não podemos permitir que acontecimentos extremos como o de Realengo se repitam. É necessário um profundo questionamento sobre o que realmente levou um jovem de 23 anos a cometer tamanha crueldade se baseando em uma crença, que, neste primeiro momento, me parece fanática e fundamentalista.
É hora dos pensadores deixarem de lado divergências conceituais e se unirem para cortar o mal pela raiz. Autoridades públicas, psicanalistas, filósofos, religiosos, educadores, todos engajados para uma solução a curtíssimo prazo.
Antes isso do que num futuro próximo lamentarmos com mais freqüência massacres em outras comunidades. Para isso é necessário iniciativa. A Igreja já se manifestou sobre o caso.
O arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, divulgou nota lamentando o atentado na capital fluminense. Também a presidenta Dilma se emocionou ao comentar os assassinatos dos “brasileirinhos”.
Então termino com o que o arcebispo do Rio de Janeiro disse. Segundo ele, o atentado “feriu não só aqueles que foram atingidos, mas também a todos os cariocas”, e, completo, incluído neste mesmo sentimento todos os brasileiros.
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