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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Escola: lugar de ensinar ou de guerrear?


"Uma escola onde os alunos mandassem seria uma escola triste. A luz, a moralidade e a arte serão sempre representadas na humanidade por um conjunto de mestres, uma minoria que guarda a tradição do verdadeiro, do bem e do belo", Ernest Renan.

O caso da professora que foi assassinada a sangue frio com três tiros na frente dos alunos numa escola em São Paulo abre um parênteses para o problema que vem se alastrando por todo o país. A violência nas escolas.
Mesmo o crime sendo motivado por outras circunstâncias extra-curriculares, o fato é que os três disparos de arma de fogo aconteceram no início de sua aula de Educação Física na Escola Municipal Professor Paulo Freire e presenciada por vários estudantes.
A falta de respeito com a escola e com os educadores vem se alastrando por todo o país e longe de ser diferente em nosso próprio quintal. Recentemente uma professora de uma escola municipal de Cachoeiro de Itapemirim teve quer ser hospitalizada quando tentava apartar uma briga entre alunos. A violência foi tamanha que causou a fratura do dedo da mão da educadora.
Casos como esse não podem jamais ficar sem uma devida providência. Independente das motivações, os crimes contra a educação já passaram dos limites. Escola é lugar de ensino, aprendizado e não de combate.
Mas como combater a violência no ambiente escolar? Antes é preciso analisar e entender o contexto cultural, ambiental e motivacional dessas atitudes. A truculência tem um estopim e achá-lo é primordial para que o pavio não acenda por completo. Uma vez que a explosão da violência, como na guerra, pode atingir e ferir inocentes, como no caso da professora cachoeirense.
De uma maneira generalizada podemos, de imediato, imaginar que a desigualdade social das periferias é uma característica fortíssima quanto à atitude violenta de alguns alunos. E também os educadores devem perceber as mudanças da nova era informatizada. Tudo é rápido. A informação, o desrespeito, o afeto, as brigas, o amor, as intrigas. As vias de fato se dão em um instante, sem direito de argumentação de defesa, e por isso, quase que sempre, a volta da normalidade entre partes envolvidas no embate violento é da mesma maneira como começa. As consequências duradouras são ambientais, portanto, as marcas são difícieis de apagar, já o ato... Não é de se estranhar se dois adolescentes envolvidos numa briga na segunda voltem a conversar normalmente na quarta.
Conforme artigo publicado em site europeu, especialistas em educação concluem que o aumento da violência escolar se deve em parte a uma crise de autoridade familiar, onde os pais renunciam a impor disciplina aos filhos, remetendo-a para os professores.
Não podemos esquecer que o aparelho estatal no quesito punitivo é muitas vezes ausente nestes casos, deixando os profissionais da educação quase que sempre de mãos atadas em distúrbios como esse cada vez mais frequentes.
Nunca foi tão acertada a frase do autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", Adam Smith, que diz: "o grande segredo da educação consiste em orientar a vaidade para os objetivos certos."
É nesse ambiente de vaidade, hostilidade e de emoções à flor da pele que vivem os professores diariamente. Não basta ser educador, é preciso também ser sociólogo, analista, juiz, e, em muitos casos, sacos de pancada.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O padre que movimentou o universo corrigindo Einstein



"Sem Deus, o universo não é explicável satisfatoriamente." (Albert Einsten)

Há muito o que aprender sobre o papel da Igreja Católica no mundo ocidental. Baseados em uma história superficial e muitas vezes tendenciosa, alguns não têm conhecimento da grande contribuição do Catolicismo para a ciência. Isso mesmo!
Ao longo dos anos, a Religião Católica tem colaborado fundamentalmente para a construção da civilização ocidental.
Neste artigo abordo a saga do Padre Georges Lemaitre tentando provar sua teoria. Ele foi o religioso que passou décadas debatendo uma das grandes questões da humanidade: afinal, como surgiu o universo?
Além deste sacerdote, aqui na introdução, não poderia deixar de comentar que até hoje a Igreja se preocupa com questões relacionadas ao campo científico. A Pontíficia Academia de Ciências do Vaticano completa 408 anos em 2011. Com mais de 60 acadêmicos, cerca de 30 são vencedores do Prêmio Nobel. É uma verdadeira relação de notáveis cientistas, premiados por suas pesquisas nos mais variados campos científicos. Entre eles figuram Marshaw Nerimberg, o descobridor do Código Genético de todos os seres, Francis Collins, o mapeador do DNA humano e diretor do Projeto Genoma e o Cosmólogo padre Michael Heller, ganhador do maior prêmio acadêmico já entregue pela ciência moderna.
Achou muito? Então você já sabia que 35 crateras na lua possuem nomes de jesuítas. Pois é!
Para ajudar no meu argumento sobre o sacerdote que pôs fim ao universo estático de Albert Einstein e outros renomados homens da ciência, recorro ao texto "O padre que corrigiu Einstein", de Mário Eugênio Saturno, que é Pesquisador Tecnologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Pesquisador convidado da NASA (National Aeronautics and Space Administration) para o projeto AQUA, Professor da FAFICA, coordenador diocesano das Congregações Marianas, publicado em 2004 no site do Centro de Estudos em Psicologia (www.cemp.com.br).
De acordo com o especialista, durante milhares de anos, pergunta-se sobre a existência do universo. Ou melhor, como surgiu o universo.
"Em 1917, no monte Wilson, nos Estados Unidos, foi construído o maior telescópio. Esse telescópio deu-nos uma nova visão do cosmo. Na mesma época, Albert Einstein desenvolvia sua Teoria da Relatividade Geral. Nessa teoria, o universo de Einstein, necessariamente estaria se contraindo ou se expandindo, não poderia ser estático. Einstein acreditava, como todos, que o universo era estático, assim, ele introduziu um truque em suas equações: a constante cosmológica."
Como disse antes, e se os católicos permitirem, a Igreja, ou seja, um padre, tinha logo que se meter no assunto. Adivinha quem surgiu para contestar que o universo não era estático? Isso mesmo, um padre chamado Georges Lemaitre.
O padre católico, e também astrofísico, estudou na Universidade de Cambridge e no Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Em 1927, ele tornou-se professor de astrofísica da Universidade de Louvain e propôs a Teoria do Átomo Primitivo (depois conhecida como Teoria do Big Bang).
Conforme o artigo de Saturno, Lemaitre acreditava que ciência e religião podem se complementar. E coube a Lemaitre corrigir o maior erro de Einstein.
"Lemaitre estudou teologia e matemática. Sabia mais sobre as fórmulas da Relatividade que o próprio autor. Formulou suas próprias idéias sobre a criação do universo, afirmando que houve um momento de início, a partir do que ele chamou de átomo primordial. Uma origem cataclísmica, hoje chamada de Big Bang (grande explosão). Enfrentou Einstein, mas não conseguiu convencê-lo, nem a comunidade científica."
O artigo explica que foi Edwin Hubble quem colocou fim à disputa. No início de 1920, Hubble foi ao observatório do monte Wilson para provar que os borrões de luz (as nebulosas espirais) no céu eram exteriores à Via Láctea, ou seja, eram outras galáxias. Com muito esforço, guiou o telescópio noites seguidas para produzir uma única fotografia (já que a luz é muito fraca) da galáxia Andrômeda.
"Em 1931, quando Einstein foi visitar Hubble, Lemaitre viajou para a Califórnia para confrontá-los. Usando a matemática de Einstein e as observações de Hubble, Lemaitre convenceu-os de que a expansão era real e no passado houve um início, uma grande explosão. Nascia a cosmologia moderna. Mas não foi ainda a vitória do Big Bang, houve oposição. Em 1948, Fred Hoyle propôs a Teoria do Estado Constante, afirmando que o universo não teve um começo como descrito por Lemaitre".
A grande questão levantada por Hoyle era: se houve uma explosão, cadê a radiação de fundo por todo o universo? Então, os cientistas partidários do Big Bang souberam o que procurar.
Somente em 1965, Bob Wilson, trabalhando para os Laboratórios Bell em uma antena em forma de corneta descobriu um ruído que aparecia por onde quer que apontasse. E, juntamente com seu colega Arno Penzel descobriram a ruído de fundo que comprovou o Big Bang. Lemaitre morreu alguns dias após a descoberta, em 1966.
Lemaitre, ainda em vida, testemunhou o acerto da Igreja ao confirmar o que as escrituras já sabiam, que o universo teve um início. Só que explicado na fórmula de Einstein e expressa na matemática de Deus.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A nova língua neo-indo-européia


“A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo”, Olavo Bilac.

Um amigo me enviou a seguinte anedota: “o ratinho estava na toca, e do lado de fora o gato:
-MIAU, MIAU, MIAU...
O tempo passava e ele ouvia:
-MIAU, MIAU, MIAU...
Depois de várias horas e já com muita fome o rato ouviu:
-AU! AU! AU!
Então ele deduziu: 'Se tem cachorro lá fora, o gato foi embora'. Saiu disparado em busca de comida. Nem bem saiu da toca o gato CRAU!...
Inconformado, já na boca do gato perguntou:
- Pô gato!!! Que palhaçada é essa, você latindo???
E o gato respondeu:
- Meu filho, hoje nesse mundo 'globalizado' quem não falar pelo menos dois idiomas MORRE DE FOME”.
A moral dessa estória pode até ser cômica, mas abre espaço para uma questão que está passando despercebida aos linguistas. Hoje, o mundo muda a cada instante e devemos isso aos conceitos, ideologias e conhecimentos que recebemos numa velociade que causa vertigem.
Quem não for, no mínimo, conhecedor de outra lígua, fora de sua nacionalidade, está à margem dessa “nova sociedade” multilingue.
Outro dia vi a entrevista sobre a aposentadoria do Fenômeno Ronaldo. Ele, que não tem o ensino fundamental completo, fala fluentemente várias línguas, principalemnte ingês e italiano. Aí vão dizer, ‘lógico ele teve que aprender para jogar futebol na Europa...’ Mas é claro! Chegamos ao ponto. Teve que aprender, e justamente essa é a problemática da questão.
Seu filho (o do Ronaldo) recém conhecido pelo pai, não consegue constuir ainda uma frase em português completamente. Ele fala como se tivesse uma espécie de ‘síndrome da Torre de Babel’. Diríamos que se o garoto fosse falar “bom dia papai” ele provavelemente diria “bom jorno dady”, e assim sucessivamente.
Partindo do pressuposto de que a língua é viva e sempre modificável, de acordo com os costumes, cultura, geografia e etc de um povo, o que podemos dizer sobre essa nova forma de linguagem que presenciamos sair de um berço? Estamos evoluindo para uma língua única e universal ou regredindo até à Indo-européia?
Se para Olavo Bilac “a Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo”, o mundo inteiro então caminha para o fim da divisão das fronteiras? Seria a globalização a ordem que se imporá sobre as nações?
Contudo, não devemos por de lado o papel da internet como fonte principal para o florescimento dessa possível nova língua, que pode ser até, sem nenhuma presunção, ser chamanda de “neo-indo-européia”.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dr. Jacinto diz sim “Ato médico”


“Nem a sociedade, nem o homem, nem nenhuma outra coisa deve ultrapassar os limites estabelecidos pela natureza”, Hipócrates.

Psico-procto-urolologista, Dr. Jacinto Leite Aquino Rêgo MD, que também colabora com a coluna Agamenon, está feliz da vida com a PL do Ato Médico. Ele, que se filiou recentemente ao PT, com a única intenção de examinar a fundo, e põe fundo nisso, o abismo largo e profundo que está entre a presidenta Dilma e a imprensa, quer mais poder e ter uma estátua sua em todas as igrejas e sinagogas espalhadas pelo Brasil.
Para ele, o Ato Médico vai de comum acordo com os preceitos de semi-deus que tem. Dr. Leite fez mais de 50 anos em especializações e por isso se acha no direito e no dever, aliás, dever é o que ele faz melhor, de dar pitaco em cerca de três milhões de profissionais da saúde.
Em sua declaração “ex cathedra” como pontífice da organização Fracasso (Federação, racista, anarquista, anti-rábica, social, sexual e ornitorrinca) Dr. Rêgo diz: “(...) que todos os biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, profissionais da educação física, psicólogos, psicanalistas, técnicos em radiologia e terapeutas ocupacionais sejam meus escravos, ha, ha, ha, ha, ha”!
Com o aval curto, grosso e fálico do PT (Partido contra os Trabalhadores), alguns colegas de faculdade e do Fracasso, Dr. Leite tenta, de todas as formas e posições camassútricas possíveis aprovar o Projeto de lei nº 268/2002 no Senado e o substitutivo ao Projeto de lei nº 7.703/2006 na Câmara dos Deputados para que somente os médicos tenham o direito de realizar o diagnóstico das doenças e tipo de tratamento.
Outra questão debatida pelo Psico-procto-urologista é a necessidade do tempo de permanência do paciente do SUS (Sistema Único de Sofrimento), cerca de cinco minutos, no consultório. Conforme Dr. Aquino, dois minutos são suficientes para se realizar o que ele chama de “atendimento- análise-medicamento-cura interior- cura exterior-investigação do inconsciente-tratamento químio-traumático-organizado”, além de dois Pai Nossos e 10 Aves Marias. Assim o moribundo já sai curado do pronto-socorro na primeira consulta.

Moral da História:
Apesar da vontade de Dr. Jacinto, Dr House e de outros, historicamente, o Estado brasileiro, através do Ministério do Trabalho, tem combatido as legislações corporativistas que engessam o florescimento e desenvolvimento das profissões. Um caso parecido acontece com a imprensa. Mas essa, o corporativismo já perdeu.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sonzinho nas academias só pagando


"Aquele que morre paga todas suas dívidas." (William Shakespeare)

Para montar uma academia, além de aparelhos de ótima qualidade, é importante contratar profissionais capacitados, como professores de Educação Física, atendentes, Fisioterapeutas e outros. Isso custa caro. Além das taxas habituais para o funcionamento, nas prefeituras, órgãos comerciais e sindicato, esses estabelecimentos agora enfrentam também a chamada Lei de Direito Autoral, ou seja, sonzinho nas academias só pagando.
No verão, época que se dobra os alunos em academias de ginástica, esse ano vem acontecendo um fenômeno, não tanto estranho no Brasil, pasmem, o de cobrança de mais taxas para funcionamento.
A visita inesperada de um fiscal do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais (Ecad) é de causar fraqueza em qualquer atleta.
As academias estão sendo notificadas pelo Ecad para pagar taxa mensal sobre utilização de qualquer tipo de música nos estabelecimentos. Será que para falar ou orientar os alunos haverá taxa para isso também? E se eu ouvir uma música de Michael Jackson a taxa será depositada no banco do além ou do purgatório?
Essa tarifa é cobrada de acordo com o número de metros quadrados sonorizado. E, segundo os fiscais, quem não recolher a taxa, está violando uma lei federal e o artigo 184 do código penal, mas alguns proprietários de academias acham isso um absurdo, uma vez que a referia lei diz respeito a locais públicos. Ora, as academias não são bens privados? Pergunte ao Zeca Pagodinho que ele acha disso?
O Ecad é uma sociedade civil de natureza privada que foi criada por lei federal em 1973, no berço da Ditadura Militar. As funções do órgão são arrecadar os valores referentes à execução pública musical e distribuí-los aos autores, por meio de uma gestão coletiva.
O Escritório processa uma quantidade enorme de informações em seus sistemas. São muitos números. Quando se trata de distribuir os valores, a proporção em que serão divididos entre os músicos é determinada pelo próprio artista. Mas, se o assunto é o preço que um estabelecimento terá de pagar por executar uma canção, vem à tona uma série de critérios, estabelecidos pelo Ecad.
Estranho! Em vez do artista, quem determina o preço é o Ecad, com desconto para quem “paga em dia e respeita os direitos autorais”. Eis a dificuldade em valorar o direito de cada autor.
Ora bolas. Obra é obra e música é música. Será que ouvir “Forentina” do Tiririca custa mais ou menos do que “Roda Viva” de Chico Buarque? Quem pode responder é o Ecad. Se o proprietário comprou o CD ou DVD para ouvir em estabelecimento privado porque deve pagar novamente para ouvir em ambiente fechado?
Isso tá mais para caixa de som dois.

Curta & Grossa

+ Faixa bônus: a garota da imagem...